Luz do Passado
- Ana Luísa Letras
- 4 de abr. de 2017
- 1 min de leitura
A emocionalidade

Absorve a racionalidade
E a alta voz perpetua
Esta doença sem cura:
Em que não se quer lembrar
Sem poder esquecer,
Em que não se quer desejar
Sem conhecer outro querer,
Em que se esconde gostar
Quando não se pode deixar de amar.
Porque imperturbável é o rasto
Deixado pelo passado
Que, mesmo parecendo inacabado,
Se deu um dia por terminado.
Porque não se pode reviver,
Não se pode reaver,
Não se pode remexer
Mas, não se pode esquecer.
Fado feito de lembrança
Que corrói a esperança.
Porque as futuras cores vivas
São cobertas pelas cinzas
Que pairam no ar passado o fogo
Destruidor que sufoca o folgo.
E a luz do passado
É metamorfoseada em escuridão
Porque os dias do seu reinado,
No futuro, não mais voltarão.
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